Capítulo 33: por que seguir tendências é mais do que seguir o fluxo
e por que ela tem tudo a ver com seu planejamento de conteúdo
entender tendências é compreender o que move o mundo (e as pessoas)
miolo
Você pode ler o capítulo de hoje ou ouvir no áudio abaixo, GLitter (sempre com barulhos de obra ao fundo, que aumenta o charme narrativo):
No último sábado, dia 13 de janeiro, aconteceu o 1º Encontro Online da GLit para falar sobre tendências & planejamento para 2024.
Tenho muito a falar sobre isso, mas vou começar com um dos pontos que julgo mais importante no debate: o quanto conhecer as tendências é importante para o nosso planejamento de conteúdo.
O tema pode parecer não se encaixar muito logo de cara, mas garanto que faz sentido.
Quando a gente quer criar com intenção*, ou seja, a partir de um planejamento que seja coerente com os nossos objetivos e metas e também de uma forma que respeite a nossa realidade, entender tendências é entender sobre o nosso público.
Mais do que isso, é entender o que move as pessoas, mesmo que nem elas tenham completo conhecimento sobre esse movimento.
*a palavra intenção anda um pouco desgastada pelo uso às vezes excessivo e irreal dentro do marketing digital, mas falo de intenção no sentido de ter consciência do que queremos entregar, para quem e como fazemos isso.
É por isso que esse tema abriu o nosso Encontro, porque falar de tendências é entender como as pessoas sentem, se veem e o que elas almejam quando consomem conteúdo. Tanto em um nível racional, quanto em nível sentimental.
Por isso, entender as tendências não é relevante apenas para guiar o nosso conteúdo no sentido da maré, mas também para entender o que, dentro desse movimento maior, nós queremos ou não acompanhar (e até mesmo subverter).
Foi seguindo essa ideia que as Tendências entraram como o primeiro tópico do Planejamento de 2024, seguidas por outros dois tão importantes quanto:
entender as tendências;
olhar para trás, para o agora e para o futuro;
respeito e flexibilidade.
Se essas ideias parecem não se encaixar muito bem, garanto que tudo faz sentido: como na série Dark, aqui tudo está conectado.
E, se você quer entender e aprender mais sobre esse tema, mas não conseguiu participar do nosso Encontro, a gravação já está disponível para você, GLitter!
Pega o caderninho para anotar, um chá e vem assistir (se tiver dúvidas, fique à vontade para comentar por lá e também vou amar ter um feedback seu sobre o conteúdo e se ele te trouxe algum insight):
livro nunca foi barato (infelizmente)
entrelinha
Uma das minhas memórias de leitora são de ir até um sebo na Galeria do Ouvidor aqui de Beagá e comprar alguns livrinhos da Coleção Salve-se Quem Puder para ler e decifrar os enigmas.
O dinheiro vinha geralmente de presente, eu não tinha mesada (e provavelmente se tivesse, gastaria tudo com bobagem antes de pensar em livro ahaha). Entenda, eu tive uma infância privilegiada, nunca me faltou nada, mas livros não eram prioridade.
Lembro de estar escolhendo quais eu queria (e podia) levar em um dia qualquer, com minha mãe do lado, me esperando.
Saí de lá feliz e realizada com meus livrinhos, que eu iria decifrar os mistérios e reler inúmeras vezes ao longo do tempo. São livros que ainda guardo porque são memórias palpáveis.
E conto isso porque nunca achei livro um item necessariamente barato, do tipo que dava pra comprar com o um real que eu pedia para minha mãe para eu ir à padaria comprar um Kinder Ovo (se você não é millennial, não se assuste, ele já custou um real sim e os brindes eram muito mais incríveis).
O tema “livros caros” tomou conta dos debates nas redes novamente por causa de alguns lançamentos recentes, como esse aqui e esse daqui.
O tema (ou o debate) não é novo, é certo e, se a gente olha os preços que já pagamos anteriormente em livros, assusta mesmo.
E meu parâmetro de antigamente é coisa de 7, 8 anos, e não da minha infância, ok (que a gente não precisa entrar em detalhes de há quanto tempo foi… rsrs).
Porém, esse é um movimento que a gente precisa debater sim, e não só em termos de julgar a Editora X ou Y pelo valor de capa.
Cabe um parêntesis aqui porque, é claro que em casos que estão totalmente fora da curva, como é o caso do lançamento de Quarta Asa, a gente vai questionar é o barato e o caro sim. Para quem compra, mesmo livros mais caros, não faz sentido algum a precificação, especialmente quando comparamos com edições de luxo entregues e disponíveis hoje no mercado também de autores internacionais (e que não se resumem a capa dura e corte colorido). Destaco ainda o detalhe que esse fato não impediu que Quarta Asa ganhasse selo de 1º Mais Vendido na Amazon.
Ser barato e ser acessível, inclusive, não é a mesma coisa. E acredito que nosso debate talvez rendesse mais reflexão e abertura de caminhos se ele seguisse mais no sentido de ser acessível.
Dentro da minha realidade, certos livros podem ser baratos ou caros, mas o debate sobre viabilizar a leitura tem que passar também sobre livros da hype e o tema da pirataria, por exemplo.
Não adianta eu querer que o jovem que se interessa pelos livros com a tag Sucesso no TikTok se contente em ler Memórias Póstumas de Brás Cubas porque é o que tem na biblioteca da sua escola ou gratuito no Kindle.
E não é nada contra Machado, ok, amo inclusive, mas falo sobre as mensagens arraigadas culturalmente e até comercialmente, pensando em livro como produto, algo que ele não deixa de ser independente do seu estilo e gênero.
Afinal, a gente sabe que Machado, assim como vários outros autores clássicos brasileiros, já chegam na cabeça da maioria dos jovens como leituras obrigatórias (e chatas) que só faz revirar os olhos e buscar o resumo na internet.
O ponto é que, enquanto o debate acalorado se resumir a memes, talvez a gente continue reclamando por reclamar e sem aprofundar onde precisa.
Mas não parem de fazer memes, por favor!
ler faz a gente viver mais
posfácio
O estudo da Social Science & Medicine é de 2016, mas só conheci esses dias, ele elenca diversos benefícios da leitura, para os quais eu chamo atenção ao fato de que ela pode reduzir a mortalidade em até 20%.
E vale destacar que o estudo cita especificadamente a leitura de livros (legenda de vídeo e post do Instagram não conta, tá, nem mesmo de revistas ou jornais), como responsável pela chamada “vantagem de sobrevivência”.
Outro fator que o estudo trouxe é que isso é muito relevante também para quem tem mais de 65 anos e opta por momentos de leitura ao invés de assistir à tv.
Achei um argumento fantástico para convencer qualquer pessoa a dar uma chance para a leitura e, se você quiser conhecer a pesquisa, é só clicar aqui.
convite para você, GLitter
rodapé
Por último, mas não menos importante, vou deixar o lembrete para você participar do Canal do Instagram que criei especialmente para você, GLitter: por lá tem dicas, inspiração, posts de inscrições sobre parcerias, avisos importantes e novidades em primeira mão.
Para entrar, é só clicar aqui ou ir direto pela bio do @retipatia.
Obrigada por ler (ou ouvir) até o fim, a gente se lê no próximo capítulo, Glitter: quarta, na sua caixa de entrada.