Capítulo 71: felt sense: o que você quer tirar do papel até dezembro?
+ 6 lições de marketing da Casa Dark na Bienal do Livro do Rio de Janeiro
felt sense & as ideias que queremos trazer para o mundo
antes de sabermos que queremos trazê-las para o mundo
miolo
Me deparei com o conceito de felt sense bem recentemente e fiquei com a ideia na cabeça, correlacionando a questões pessoais e algo que vem se revelando para mim, enquanto passava por um momento de autoanálise sobre o meu trabalho online e os rumos que quero seguir.
Se o termo é novidade para você, o conceito foi criado por Eugene Gendlin, dentro da técnica de Focusing (que é uma filosofia, psicoterapia e metodologia corporal desenvolvida nos anos 60):
"A felt sense is an internal aura that encompasses everything you feel and know about the given subject at a given time–encompasses it and communicates it to you all at once rather than detail by detail." Eugene Gendlin
“Um sentido sentido é uma aura interna que engloba tudo o que você sente e sabe sobre um determinado assunto em um determinado momento - engloba-o e o comunica a você de uma só vez, e não detalhe por detalhe.” Eugene Gendlin (tradução livre)
Se a ideia ainda parece abstrata, preciso dizer que o mesmo aconteceu por aqui. A princípio, pensei, felt sense é só uma outra palavra para intuição.
Mas, lendo mais um pouco consegui entender a conotação diferenciada, já que felt sense, esse sentido sentido, não fala de uma percepção mental que nos ocorre, mas sim de uma percepção física, do nosso corpo mesmo, em relação a uma situação, lugar ou pessoa, por exemplo.
Preciso recorrer ao rock para trocar essa ideia em miúdos, como diz a letra do The Killers, I Feel It In My Bones, eu sinto isso nos meus ossos.
Ou para quem já assistiu a maravilhosa animação A Origem dos Guardiões, o Papai Noel explica bem suas certezas ao dizer que sente algo, na barriga dele (disponível no Prime Vídeo).
Seja sentindo isso nos ossos ou na barriga, é fácil traçar um paralelo entre o felt sense e a tradicional ideia que dá título ao livro de Pierre Weil e Roland Tompakow: a de que o corpo fala.
E, se ele fala, é também capaz de expressar uma ideia mesmo antes que a gente se dê conta dela, mentalmente falando, com o felt sense.
E, sim, essa ainda é uma newsletter para criadoras de conteúdo, e não sobre estudos de termos aleatórios que encontro no dia a dia. rs
Toda essa explicação acerca do felt sense é para perguntar: você já quis fazer algo que, de certa forma, seu corpo te indicava que era o caminho certo?
Mesmo que em termos racionais você não soubesse ainda, mas algo no seu corpo te indica que é o caminho, mais do que ter um pensamento claro sobre o tema, é perceber o sinal antes mesmo de se dar conta da ideia.
Até então eu vinha chamando esse meu “sentimento corporal” de um reflexo, porque por vezes ele vinha junto de uma dúvida. Mas percebi que meu corpo estava reagindo de forma diferente para cada dúvida. Enquanto umas me injetam de ânimo e um coração levemente acelerado, outras me tiram o foco, me deixam pra baixo e parecem sugar a energia.
Se esse não é o meu corpo falando, me dando uma reposta a qual minha mente ainda não se decidiu, imagino que estou muito longe de começar a compreender o que é felt sense.
E, claro, não sou especialista, pode nem ser o que realmente se chama de felt sense. Mas entendo que é sim uma comunicação válida de ser ouvida.
Muitas vezes, ignoramos o que nosso corpo nos fala e deixamos ideias de lado, projetos, não tentamos por medo. A indecisão fala mais alto porque a mente não para de refletir e analisar.
E daí o tempo passa.
Já chegamos na metade do ano e as chances de arrepender lá na frente por não tentar são com certeza maiores do que as de tentar e falhar.
A news de hoje, GLitter, é exatamente sobre isso: sobre tentar. Sobre pegar uma ideia, por pequena que seja, mas que faz seu corpo vibrar e colocá-la em movimento.
Separe um tempo para imaginar, organizar e planejar: imagine onde quer chegar com esse projeto; organize as ideias que possui sobre ele, formato, tempo disponível, estilo, assunto, etc.; e planeje ações para tirar essas ideias do papel ao longo do segundo semestre.
Começar agora te permite ter tempo para reajustar a rota quando for preciso, vislumbrar o que está por vir e seguir no seu próprio ritmo.
Estamos no começo do segundo semestre do ano, que pode ser o nosso segundo janeiro, como falei no último capítulo da GLit.
E, por isso, pode ser também o momento ideal pra gente colocar uma ideia nova no mundo, tirar do papel o que vem tomando espaço na gente - na mente e no corpo - e chegar lá no fim do ano com aquela sensação boa de que colocamos uma ideia nossa no mundo.
Pode ser algum projeto engavetado há muito tempo, pode ser uma ideia recente. Não importa o tamanho, se é criar conteúdo para uma nova rede social, se é criar um novo quadro de conteúdo, testar um novo tipo de edição, ler um estilo diferente de livro, estabelecer uma nova rotina de conteúdos ou, quem sabe, participar de um clube de leitura.
Se a ideia de faz vibrar de alguma forma, vale a pena tentar.
Por aqui, percebo que para abrir espaço para o novo, alguns ciclos precisam ser encerrados - e talvez isso seja papo para outra news - mas com a mente e o corpo fervilhando de ideias e possibilidades, acredito que é tempo de dar ouvidos ao felt sense (ou seja lá qual seja o termo correto para isso), e se aventurar em, ao menos, colocar uma ideia para acontecer até dezembro.
Para isso é preciso lembrar de organizar, planejar e, claro, executar.
Como outras criadoras do nosso nicho, utilizo o Planner Criadora & Criativa para me nortear nesse processo de por ordem nas ideias, desenhar um caminho para minha jornada e criar formas de lidar com a procrastinação, o tempo que tenho disponível e manter os projetos em movimento, executando de fato cada etapa:
Review da @leituradesaladeespera no Instagram ✨
O Planner Criadora & Criativa foi criado para acolher os nossos processos, para ser um guia gentil que vai dialogar com a nossa própria realidade.
Você não precisa de planos perfeitos e imbatíveis, precisa de flexibilidade para se ajustar sempre que precisar, com tudo ao alcance de um clique.
Se você ainda não conhece o Planner, deixo o convite para você:
E você, GLitter, já sabe qual projeto quer colocar em movimento até dezembro?
Se quiser papear, trocar ideias, saiba que você pode responder a este e-mail que sua mensagem chega direto na minha caixa de entrada. E, claro, você também pode deixar seu comentário por aqui, é sempre um prazer te ler também, Glitter!
análise de marketing da Casa Dark
#tbt da Bienal do Livro do Rio de Janeiro
Para fãs da DarkSide Books a Bienal do Rio deste ano foi um marco: a editora teve seu primeiro stand exclusivo, a Casa Dark.
Do espaço em si à programação própria e todo aquele encanto Dark que quem acompanha a editora já conhece, o stand não foi apenas uma experiência imersiva para fãs, como também recebeu o Prêmio Alfredo Machado de estande mais bonito da Bienal Rio 2025.
A gente poderia fechar aqui o adendo e dizer, nossa, realmente o estande estava fora de série. Mas, mais do que falar da beleza do stand, quero convidar você a refletir como uma criadora-observadora.
Na foto, estou tietando a Julie Roux, autora que esteve na Casa Dark - clique da DarkSide Books.
Mesmo que você não tenha ido à Bienal do Rio, uma breve navegada pelas redes sociais da DarkSide Books ao longo do período pré e durante o evento, nos dá uma visão da campanha que foi criada.
Além de unir suas várias mídias e formatos, a editora utilizou a sua habitual linguagem dark para dar vida ao que estava por vir.
Foi aquele momento que ouvimos tanto no marketing chamado de antecipação. Sério, até Café Amargo com D. Pai teve no feed da Caveira com CTA bem matreiro que levava a um convite para receber novidades do evento:
Da antecipação à cobertura do evento pela própria equipe de marketing da Caveira às parcerias com criadores, o ponto-chave da ação foi criar uma narrativa.
Uma narrativa que foi contada conteúdo a conteúdo e, que, quando unida, formou uma grande história dark.
Na antecipação, com posts que instigavam até quem não iria ao evento e apresentando um novo conceito de imersão que foi desde o DarkBus até os diversos espaços diferenciados presentes no estande, a editora mostrou que chegou no evento para fazer história.
É claro que ela conseguiu e não falo apenas por causa da premiação.
A Casa Dark nos lembrou que a experiência é um dos fatores-chave para dialogar com o público e, mais do que isso, uma das formas mais certeiras de se conectar com a sua comunidade.
Afinal, no marketing uma ação nunca é sobre um produto ou um evento, é sobre toda uma marca e seu universo. É sobre conexão com o público.
A partir de tudo isso, a gente consegue ver:
6 lições de marketing da DarkSide Books na Bienal do Livro do Rio de Janeiro
Totalmente aplicáveis a nós, reles mortais, para os nossos projetos e conteúdos:
1 Antecipação
Ela pode criar narrativas únicas que vão apresentar o universo a ser explorado.
Mas, mais do que dizer “vem aí”, a ideia é adiantar como será a experiência. E pode ser sem mostrar o projeto em si, e é aí que entra a…
2 Narrativa
Ou o storytelling. Criar uma história a ser contada em conteúdos não é simplesmente sobre começar com era uma vez, é trazer coerência e coesão para cada parte do todo, que podem ser entendidos em separado e também em conjunto, explorando o universo da marca.
3 Universo da Caveira
Do visual trevoso até a o tom de voz que vemos nas redes sociais e site, a DarkSide tem características bem delineadas na sua comunicação.
Esses elementos são o que fazem a narrativa ser encantadora e única, remeter à marca e ser capaz de gerar conexão com o público.
Mas, para que isso funcione, a gente precisa lembrar que é sempre importante…
4 Repetir
Parece meio contrassenso, mas a repetição é uma maravilha para quem cria. Mas isso não significa postar sempre a mesma arte ou conteúdo.
Significa reciclar os mesmos temas, mostrá-los de ângulos diferentes, para reforçar, com frequência, tudo que valida e reforça a sua identidade no mundo online (e fora dele também).
5 Multiformatos e Plataformas
Essa narrativa forte e com identidade marcante esteve presente em todas as redes sociais, no blog e na newsletter da editora. E certamente se fez presente em cada detalhe da Casa Dark.
Isso trouxe uma variedade de formatos e plataformas, permitindo que a editora se conectasse e conversasse com sua comunidade de várias formas e em vários lugares.
6 Comunidade
O convite foi claro, na Casa Dark, você viveu a Experiência Dark, e para reforçar isso o estande tinha diversas ativações interativas, com premiações e uma programação que aproximou leitores, autores e profissionais do mercado literário.
Para além disso, o convite se estendeu para criadores do nicho, que cocriaram conteúdos naquele espaço e ajudaram a construir uma narrativa coletiva. Afinal, quando a comunidade cria junto, laços são criados e fortalecidos.
Agora me conta, GLitter, você também fica pensando em como campanhas que mexem com a gente são criadas?
rodapé
Obrigada por estar aqui e por ler até o fim, GLitter ✨-✨
A gente se lê no próximo capítulo, às 17h, com uma boa xícara de chá de companhia.
Amei muito esse capítulo da newsletter da Glit e vamos lá colocar um plano em prática para em Dezembro nos orgulhamos.
Sobre a Darkside e a Bienal, eles são incríveis, mesmo não indo a Bienal, através de suas publicações tive vontade de ir e fiquei por dentro de cada acontecimento pela Casa Dark.