miolo
como já deixei avisado, essa é uma edição mequetrefe. não teremos devaneios longos, nem análises (quase) profundas.
mas teremos coisas legais (e meio curtinhas).
motivação
no último domingo eu viajei de férias. desde 2020 que eu não sei o que são férias e também, fazia eras que eu não viajava.
no vai e vem de embarque, de voo que atrasa, totalizamos 12h de viagem, de casa até o hotel. muito mais do que o esperado.
mesmo com toda a demora, a empolgação para chegar ao destino final não deixou a gente esmorecer (apesar do cansaço 😅).
é muito mais fácil manter o foco e a dedicação, manter-se motivada e engajada quando nosso objetivo é concreto. quando eu sei que, no fim do túnel, tem um pote de arco-íris.
fiquei pensando nisso e em como pode ser difícil manter-se motivada com a criação de conteúdo vez por outra. acho que um dos aspectos disso é fato de que nem sempre nós temos certeza do pote de ouro no fim do arco-íris.
isso pode valer tanto para questões práticas como saber como um post vai performar, até num sentido amplo: vou conseguir monetizar, ganhar grana, visibilidade, alcance, parcerias, publis, recebidos, profissionalizar, [insira aqui seus objetivos]? vou me sentir realizada com isso?
outro aspecto disso é: muitas vezes a gente não estabelece metas e o que exatamente seria nosso pote de ouro no fim do arco-íris. daí fica difícil saber se:
conseguimos ou conseguiremos chegar ao pote;
se chegamos no fim do arco-íris e está na hora de encontrar outras cores para seguirmos.
como bem colocou o app Co-Star na frase de inspiração do dia do Halloween, se você tem opções ilimitadas, você acaba não querendo nada. ou, no nosso caso, não alcançando nada.
entrelinha
coisas aleatórias sobre tudo e coisa alguma.
amo o tanto que o nicho literário é capaz de aproximar as pessoas de maneira verdadeira. tem muitas pessoas especiais e amigas do meu coração que tive a honra de conhecer por causa da criação de conteúdo. e você, qual pessoa querida esse mundo te trouxe? (manda um abraço pra ela e, se der, um chocolate também. chocolate é mágico, eu garanto).
tem gente que se surpreende quando eu falo que não leio sinopses. não é que eu nunca leio, se preciso, por exemplo, escolher um livro numa parceria e são lançamentos que ainda nem ouvi falar, eu leio (ou corro o olho ahaha). sinopses não são meu parâmetro para querer ler ou não algum livro. então meu critério acaba sendo montado a partir da: estética do livro. sim, eu julgo pela capa, mas também leio livro que acho a capa feia. porque ela não é meu único parâmetro. olho também a autoria, gênero, subgênero, editora, temática, vibe da história (que é um critério super subjetivo ahaha), e também a indicação (no geral, não leio resenhas que contenham resumo da obra, porque amo ler livros no escuro, sem saber muito pouco ou quase nada deles).
adoro a reflexão que o Cortella traz nesse vídeo. é engraçado como a gente reveste certas coisas como ruins, como a própria ideia de ter obrigações e limitações. e ele fala algo muito interessante sobre a disciplina organizar a liberdade.
uma reflexão interessante sobre a diferença entre artista e criador de conteúdo. acho que precisamos mais desse debate, inclusive (e a reflexão se aplica ao comentário que fiz na edição anterior sobre as funções de escritor não se encerrarem na escrita nos dias de hoje e a necessidade da presença digital). [é em inglês]
dicas muito úteis para tornar seu espaço no Insta mais inclusivo.
contracapa
novembro vai voar, eu sei. e nem falo isso porque minha semana de férias está voando (e essa news foi escrita no bloco de notas do celular, diretamente de Gramado, para você).
isso sempre me faz pensar nas metas literárias do ano. de tudo que eu li, deixei de ler ou queria ter lido a essa altura.
no geral, eu li pouquíssimo até agora. não vou surtar e simplesmente passar as madrugadas lendo para compensar, é claro. mas sinto falta do frescor das histórias na minha cabeça. de parar, me aconchegar e me perder em páginas (físicas ou digitais).
eu vi várias tbr's de fim de ano com 'x livros para ler antes do ano acabar'. logo comecei a pensar quais eu poderia colocar nessa lista. mas também logo percebi que eu estava prestes a criar só mais um motivo de frustração para a minha pessoa.
o ano foi louco, eu me embrenhei em várias outras coisas, algumas que demoraram muito para finalmente engatar e outras que surgiram de repente, mas de um jeito muito bom e necessário.
isso trouxe vários impactos no meu trabalho com a criação de conteúdo. não foi apenas o fato de que eu não li nos últimos meses, mas eu também criei e produzi muito pouco.
abre parêntesis quando falo de muito ou pouco em relação a leitura ou produção por aqui, não é apenas sobre quantidade. mas também sobre frequência e volume. fecha parêntesis
apesar dos impactos negativos que podem advir disso, teve coisa boa também. eu percebi o quanto sinto falta de:
.ler
.fotografar livros
.escrever sobre livros e outras coisas
.estar presente acompanhado o conteúdo das pessoas
.tirar minhas ideias do papel.
não sei exatamente quando vou conseguir criar um novo ritmo (de leitura e de criação), mas essas percepções foram boas lições que tirei dessa pausa não programada (a terapia sempre me faz aprender mais a analisar meu próprio comportamento e entender meus sentimentos, divido com ela o mérito de, às vezes, conseguir fazer uma caipivodka com os limões que ela me dá).
isso me fez lembrar de um conceito que conheci recentemente, chamado antifrágil. significa a capacidade de se construir algo a partir de uma adversidade.
sobre sacudir a poeira e dar a volta por cima.
e também sobre o bom e velho: o que não te mata, fortalece.
tem perrengues e perrengues nessa vida, é claro. e não vejo sentido algum em glamourizar adversidades. mas elas existem, e acho que, sempre que der, vale a gente tentar ser antifrágil.
rodapé
essa edição nem ficou tão miúda assim, né!? culpe minha dificuldade em ser sucinta.
se quiser responder algo, ficarei feliz em te ler. a gente se lê na próxima quarta.
semana que vem voltamos à programação normal (e longa)
Você é uma pessoa muito querida que o universo Literário me trouxe. 🥰 E que espero poder conhecer pessoalmente e mais num futuro próximo