miolo
Creator Week Brasil
eu sei que se eu falasse de parcerias em mais uma news, você clicaria em ‘nunca mais quero ler a Glit porque a Renata agarrou o disco nesse tema’. ou em qualquer botão similar que surtisse esse efeito.
por isso e pensando na vibe de fim de ano que dezembro traz consigo, a edição de hoje trouxe alguns rolês e babados quentes (e mornos) do mundo da criação, tais como:
Creator Week Brasil
(fim do) Twitter(?)
(o furor coletivo do) Koo
não necessariamente nessa ordem, em separado, ou com coesão e coerência.
Creator Week Brasil
começaremos por ela, a badalada Creator Week Brasil, que contou com a presença da nata da nata da sociedade criadora de conteúdo.
eu não acompanhei o evento online ao vivo, mas assisti aos vídeos que a Meta disponibilizou no site oficial do evento.
separei os tópicos que achei mais legais e relevantes pro nosso nicho e vou sinalizar que meus pitacos estarão em itálico.
resumão da creator week br
painel estratégia de conteúdo: falou sobre importância da frequência cotidiana e constante; importância de postar nativamente nas plataformas e entendimento do que você quer na rede (seguidores, vendas, alcance, etc.).
preciso dizer que a parte da frequência cotidiana nesse rolê aí já me incomodou. além do fato de ter uma certa mistura entre estratégias para a plataforma e estratégias pessoais que funcionam para os criadores que estavam apresentando, rolou aquele glamour de eu faço 2.939 vídeos semanais e é maravilhoso. mesmo essa não sendo a realidade da maioria dos criadores que não vive por conta disso e também não tem uma equipe trabalhando com e para ela.
painel mitos e verdades:
verificação: lembrete da necessidade de cuidado com golpes, e de que a única forma adequada é pedir a verificação é pelo app (e o Instagram não oferece a verificação). para pedir, a pessoa precisa ter notoriedade no seu ramo, que costuma ser verificado através de matérias (que não tenham sido patrocinadas).
distribuição:
a plataforma não reduz alcance de publi, a variação ocorre por causa da resposta do público em relação ao conteúdo patrocinado;
comentários de pessoas públicas aumentam o alcance e a distribuição do post, porque são um sinal positivo para o algoritmo;
falar sobre outras redes diminui a entrega? mito, não afeta a entrega. porém, a marca d'água atrapalha a entrega sim (mesmo que seja uma marca d’água de um app de edição ou a sua logo), porque o algoritmo privilegia conteúdo original, feito nele mesmo. dica: insira elementos de logo e @, por exemplo, na edição do próprio Instagram.
diretrizes da comunidade: perfil que recebeu várias denúncias pode cair? se não houve nada de errado, ele não cai por denúncias. podem ocorrer erros, mas a plataforma opera para solucioná-los.
painel creator economy:
falou sobre como é necessário ver o marketing de influência como um negócio e se ver como uma marca;
a importância da humanização de marcas, que pode ser feita diretamente pela empresa e também através das parcerias com creators;
a necessária mudança dos formatos engessados das parcerias tradicionais, com scripts pré-definidos e sem liberdade criativa
(isso me lembrou sobre o rolê das parcerias tradicionais no nicho literário e como elas precisam se desmoldar, o que vai super de encontro ao que a Wish falou na entrevista do Capítulo X);
necessidade dos creators imporem suas condições e entenderem a potência que representam no mercado, com senso de comunidade e respeito ao conteúdo (isso também vale muito para a questão de parcerias, pagas e por permuta no nosso nicho);
lembrete de que para ter longevidade na rede é necessário se adaptar com frequência;
visibilidade não paga boleto, mas pode virar canal de aquisição de cliente;
estude os temas sobre criação, marketing e o que tem dificuldade, encontre a proximidade entre o que você gosta de fazer e o que o mercado quer, troque ideias e aprenda sobre o mercado (que é um pouco do que a gente faz aqui na GLit 🙃).
esse painel foi debatido por gigantes da indústria de creators: Bianca (Boca Rosa), Lucas Tangel e Monique Evelle. e, mesmo sendo feito por pessoas que hoje tem uma realidade fora da pauta da maioria dos criadores, achei muito interessante e com temas e abordagens relevantes.
painel monetização no Facebook: aposta forte no Reels do Facebook e na necessidade de criar conteúdo com estratégia para a plataforma em si e não focar apenas em replicar conteúdos de outros locais.
esse e outros painéis fizeram questão de dizer que o Facebook não morreu!!! ahaha
também lembraram que as apostas de monetização que a Meta trouxe para os creators chegaram primeiro por lá.
porém, esse painel em questão veio de pessoas do topo, que trabalham juntas e que só deram dicas para alguém que tem equipe e já tem grana e muito tempo para dedicar. achei fraquíssimo para os reles mortais como eu.
painéis NFT e Metaverso: uma visão rápida sobre o que são block chains, NFTs e como o Metaverso é para além da ideia de realidade virtual, com a realidade aumentada, mista e a necessária construção de comunidades dos creators por lá. um lembrete legal foi o de que a própria tecnologia de filtros para o stories, por exemplo, já é um tipo de realidade aumentada (que é aquela que traz elementos do mundo virtual para o nosso mundo físico).
o porém desse rolê é que o tal caminho das pedras para nós, reles mortais, continua uma incógnita. os exemplos de creators que estão investindo no Metaverso são pessoas que já eram reconhecida$ em suas áreas e conseguiram se destacar de diversa$ forma$ e se inserir nessa nova e$fera digital.
é incrível que o fizeram e estão fazendo? sim! mas isso não muda a realidade de que a maior parte das pessoas não tem a mínima condição de disputar em pé de igualdade nessa corrida (ou seja, nada novo sob o sol).
a verdade é que a gente já vai começar “atrasado” nessa imersão, ao contrário da realeza e da nata. ou melhor, de quem tem poder aquisitivo.
como um todo, avaliando a parte do evento que foi possível acompanhar nos vídeos (no flashback deles deu pra ver que rolaram outros painéis os quais não tiveram vídeos disponibilizados), muito pouco da realidade da grande massa de criadores se viu, de fato, representada.
quando pensamos no nicho literário, a coisa fica ainda mais complexa. você consegue pensar em algum creator que tenha se destacado no mercado literário nacional, sendo uma verdadeira referência no nicho?
ótimo, eu também consigo.
agora consegue pensar em uma pessoa que tenha se destacado e que tenha se tornado uma referência nacional do nicho, que esteja inserida no mercado de NFT, que seja empresária, Forbes Under 30, que tenha sua marca consolidada e reconhecida no Brasil e no mundo?
é.
eu também não.
descrevi brevemente algumas coisas do currículo da Bianca Andrade, a Boca Rosa, só para lembrar que todo nicho tem seus percalços e não dá para vislumbrar o sucesso de outras pessoas sem contar as especificidades do nicho na qual se está inserido.
e é também por isso que ver tanta gente bem-sucedida tem aquele lado inspirador, mas também tem aquele viés de que diabos estou fazendo aqui?
algumas partes me levaram mais para o lado da inspiração e, outras, pra certeza de que não dá para considerar tudo, porque as realidades, nichos, oportunidades e possibilidades são sempre diversas.
por fim, sim, foi legal saber algumas novidades e ver algumas pessoas falarem e se posicionarem nos temas.
é útil para quem não tem base sobre os tópicos, quer aprender e gosta de vídeos para isso? provavelmente, sim.
pessoalmente, trouxe ensinamentos que não se encontra por aí?
é, eu esperava mais.
entrelinha
o Twitter e o Koo
enquanto isso, de um lado a gente ouvia que o Twitter ia acabar e do outro o convite para entrar no Koo. afinal, essa é uma rede social com um nome divertido que nos leva de volta para a 5ª série, o que e torna simplesmente irresistível.
agora que a poeira da venda do Twitter assentou um cadinho, as repercussões sobre a demissão em massa dos funcionários, a sobrecarga de quem ficou e os babados mil das alterações que o Elon Musk fez (e pretende fazer), podemos dizer que sim, o Twitter ainda está lá.
também posso dizer que nunca fui adepta ao Twitter, nunca consegui me habituar a consumir conteúdo lá e todas as minhas tentativas de permanecer na rede foram frustradas. em poucos dias eu parava de acessar e esquecia que aquele lugar existe.
eu segui a onda da galera que se empolgou com o Koo e posso dizer que, realmente, a rede teve seus percalços com a invasão chegada brasileira, mas tem potencial.
com funções mais versáteis e abertas que o TT e, para além do fato de como o nome soa divertido em português (o que gerou uma massa absurda de memes e risadas garantidas), pode ser uma opção viável de rede focada em textos.
a verdade é que só o futuro dirá se ela vai se manter ou se foi só um breve delírio coletivo. eu mesma sinto que já houve uma queda no furor de postagens, mas muita gente segue firme. inclusive, tem várias celebridades e figuras públicas aderindo.
tudo porque o Koo (e nossa quinta série interior), trouxe para a rede uma vibe nostálgica que a galera identificou com as eras passadas de Orkut e tudo o mais de velharia das redes.
o próprio movimento de seguir por lá foi um pouco diferenciado, porque as pessoas não tinham conteúdo pré-estabelecido e consolidado na rede. então um post é meio que tudo basta pra clicar no follow. e muita gente segue a regra controversa do sigo de volta.
mas, para além da conversa sobre nossa nostalgiae do furor coletivo, o abalo numa rede social potente como o Twitter, sempre me lembra o fato de que somos meros inquilinos nos espaços de uma rede social.
somos donos dos nossos trabalhos e criações, é claro. mas aquele espaço não é nosso: vivemos de aluguel em cada rede que habitamos e alimentamos.
nesse tema, recomendo esse vídeo do Creator Dynamics, que talvez eu já tenha recomendado por aqui (em inglês)
por isso, eu sempre gosto de lembrar que fundar todo nosso trabalho em uma única rede é apostar todas as fichas em uma única aposta.
é arriscado.
e, longe de dizer que precisamos estar presentes em absolutamente tudo, vale a reflexão sobre onde e como você tem colocado e dedicado seu trabalho e energia (certeza que volto com esse papo mais aprofundado qualquer dia desses).
ah, e se você quiser achar o meu Koo, é @retipatia por lá também (mas só a deusa sabe por quanto tempo me mantenho presente por lá 😅)!
rodapé
é um prazer imenso te ter aqui, lendo até o fim, obrigada.
se algo fez sentido para você e quiser curtir, comentar ou responder (seu e-mail chega na minha caixa de entrada), ficarei feliz em te ler também.
a gente se lê na próxima quarta 📖💡