miolo
férias e a cultura da produtividade
a volta da GLit não falaria apenas da Barbie e da cultura do conforto e, a princípio, o retorno das férias também não seria hora de falar sobre férias.
mas esse tempinho off, que acabou se estendendo um pouco, trouxe novas perspectivas e coisas legais que quero compartilhar com você.
o ambiente da internet pode ser muito tóxico quando o assunto é descanso. tem gente que ainda vive e prega o “trabalhe enquanto eles descansam” em um discurso que é muito meritocrático para o meu gosto.
essa ideia está longe de ser meu lema, ou o da GLit, ainda que meu nível de autocobrança em termos de presença online, produtividade e criação seja alta e nem sempre das mais saudáveis.
mas, enquanto eu tirava férias da news, reparei no movimento da internet, nas coisas que eu queria trazer e, claro pensei sobre o nosso conceito de descansar enquanto faz uma ou outra coisinha porque nossa geração, sem dúvidas, desaprendeu a descansar.
o movimento contrário é necessário e não apenas para nós, reles mortais, que fazemos da criação nosso ganha pão (ou não).
no comecinho de abril, a papelaria Meg & Meg entrou em recesso criativo:
foi uma das coisas mais legais que vi em termos de posicionamento de uma marca nos últimos tempos sobre esse tópico, porque, afinal, não estamos falando de uma empresa de uma pessoa só (e a gente às vezes se sente mal por ter precisado de umas horas, dias ou semanas de detox das redes).
a loja da Meg & Meg ainda vai funcionar, o recesso criativo é justamente uma pausa da produção nas redes.
por detrás disso a gente sabe que existe muito planejamento e organização, mas também, o reconhecimento de que a marca não é um @, que ela é feita por pessoas e que o ato de olhar para dentro às vezes é necessário.
tudo isso me lembra que precisamos encontrar nosso jeito de criar e sustentar nossa presença digital, porque é mais do que sobre sucesso ou conquistas online, é sobre preservar a vida offline, aquela que vivemos vinte e quatro horas por dia.
todo esse papo também combina muito com os relatórios de tendências sobre criação de conteúdo e marketing digital (como esse aqui), que demonstra, no meio de tanto conteúdo que busca ser viral, novos caminhos que traçam linhas contrárias com ritmos menos frenéticos, conteúdos de maior qualidade, as newsletters e blogs ganhando força, sempre com uma busca por conexão mais autêntica e verdadeira.
por isso, mesmo sendo redundante, repito, é também uma possibilidade única a de encontrarmos nosso jeito de criar e sustentar nossa presença digital.
entrelinha
as mudanças do mercado da criação de conteúdo & uma nova fase da GLit
nos últimos tempos, os debates sobre o atual formato de criação de conteúdo têm batido nas mesmas teclas: como o formato atual é insustentável para a saúde das pessoas; como criadoras têm estado cada vez mais esgotadas em criar (burnout, é você?); como as comunidades estão transformando o mercado que, de certa forma, ainda é novo.
nós saímos das blogueiras e dos sites para as redes sociais, as criadoras de conteúdo e influenciadoras. ainda assim, a conta muitas vezes não fecha, a criação pela criação é difícil de se manter e o conceito de influência vem sendo compreendido para além dos milhões de seguidores. mas ainda são pequenos passos.
no meio de tudo isso, não dá para esquecer que alguns dos passos mais relevantes é sobre construir espaços mais nossos do que dos milionários das redes.
as comunidades não são apenas as chaves para uma remuneração mais estável de muitas criadoras, mas também de uma liberdade criativa maior, uma aproximação verdadeira com as pessoas e uma forma de conexão mais genuína, porque parte do meio e não apenas da necessidade do mercado (e também porque pouquíssimas pessoas se sustentam à base de publi).
depois de pensar e refletir sobre muitos desses aspectos, percebi que era hora de ousar novos caminhos com a GLit, alguns que conversem mais comigo e com vocês, do jeito que falei ali em cima sobre encontrar nosso jeito de criar e sustentar nossa presença digital.
desde que a GLit começou, a ideia era falar com e para outras criadoras e fico mais e mais feliz que ela continua dando seus passos e chegando a mais pessoas (obrigada, glitters!).
às quartas, você vai continuar recebendo reflexões sobre criação de conteúdo, criatividade e tudo o mais.
mas a ideia é que o conteúdo aqui possa abraçar mais temas do nicho literário, com livros, ideias, desejos, suspiros e, quem sabe, até uma prosa por vez ou outra.
a ideia é que, com o tempo, possamos construir mais e mais formas de nos conectarmos através da GLit e a biblioteca logo a seguir é o primeiro pedacinho dessa nossa nova jornada.
biblioteca
lançamentos, desejados, coisas belas e frágeis
.para quem ama cashback: até o dia 30, a Méliuz está dando 100% de cashback na compra de livros na Amazon, limitado ao valor de R$19,90 (frete não incluso no cashback). precisa ser sua primeira compra pelo Méliuz e limitada a uma compra por CPF.
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.agora temos listinhas de indicações da GLit na minha página da Amazon: clica aqui para conferir (sempre vou atualizar com os livros que eu citar por aqui, seja de ficção ou não ficção e agradeço muito se você usar minha página ou link comissionado, é um super apoio ao meu trabalho e ajuda a manter a GLit um espaço gratuito).
.uma das minhas últimas leituras foi também uma das mais inspiradoras: Apesar de Tudo é uma HQ tocante, bela, que fala sobre efemeridade da vida, como o amor pode ser persistente e como nossos caminhos podem seguir juntos, mesmo quando separados. tem cozy unboxing dela no Tutube e pela aparência, a gente já começa a se apaixonar (não esquece de se inscrever no Canal ♥):
.a provável falência da Tupperware me faz refletir sobre a nossa constante necessidade de nos reinventar e não tomar sucessos e conquistas como garantia de que tudo sempre andará nos eixos.
.acho engraçadíssimo (de um jeito quase trágico) como a capa desse post faz parecer que a Reese Witherspoon é uma completa desconhecida que criou um negócio mega lucrativo do zero. e que fique claro, a questão não é o mérito dela, a visão dela de negócio foi incrível, o ponto aqui é a forma que a análise é apresentada aos reles mortais que não são atrizes de Hollywood.
.para além do debate sobre HQ’s serem ou não literatura, tem algo que a gente precisa falar a respeito e é o elitismo intrínseco ao meio literário nacional. resumir HQ’s ao meio do entretenimento e não ao educacional (o qual James Akel coloca a literatura) não deixa de ser uma fala carregada de elitismo e preconceito.
em um país que tão pouco se lê e que o acesso à educação, informação e várias outras questões não são nem um pouco democráticas, isso é muito perigoso e, de novo, elitista.
a pauta é a fala de James Akel, que concorre a cadeira da ABL junto a Maurício de Sousa. se dependesse da minha vontade, a cadeira já seria de Maurício, porque imortal, ele já é.
.vou fechar com esses dados para fazer a gente pensar sobre nossa busca de um lugar ao sol como criadoras: existem 300 milhões de criadores no mundo | 20 milhões no Brasil | nos próximos 5 anos estima-se que o número será de 1 bilhão de creators.
rodapé
e se…
… não existissem números para medir nada nas redes sociais, sua relação com elas seria diferente?
fique à vontade para comentar, vou adorar te ler também. a gente se lê na próxima quarta 🤎📖