miolo
esse é apenas mais um conteúdo navegando na hype da série da Wandinha (ou será que não?)

a série da Netflix chamada Wednesday (Wandinha), personagem da imortal Família Addams, estrou em 23 de novembro.

mas bem que poderia ter sido semana passada, porque a hype ainda não se acalmou e é fácil ver posts novos com referências à série pipocando no nosso feed.

e aqui entra a pergunta que não quer calar:

você que viu a série, gostou ou gosta do tema da Família Addmas, leu todos os conteúdos que pipocaram no seu feed com a cara da Wandinha?

enquanto escrevo esse texto já assisti a série três vezes e tenho certeza que uma quarta vez ainda virá.

mas o tema aqui não é a qualidade da série ou a absurda avaliação de duas estrelas que um site muito famoso de review deu para ela (sim, fiquei revoltada e julguei que é omi sendo omi porque a série não gira em torno do umbigo deles).

quero falar sobre a pertinência dos conteúdos temáticos no nosso conteúdo.

trocando em miúdos, não é porque está na hype ou porque está todo mundo fazendo que você tem que fazer.

afinal, como sua mãe diria, você não é todo mundo.

muita gente se esquece desse conselho milenar e atemporal que todas as mães dão para os filhos como presentes sagrados.

e antes de qualquer coisa, esse texto não é uma reclamação sobre as pessoas, empresas e tudo o mais fazendo posts sobre a Wandinha.

pelo contrário, vi posts incríveis que seguiram tanto o básico feijão com arroz, tanto quanto vários fora da curva em termos de moldes de postagem e que foram criativos, divertidos, instrutivos e surpreendentes.

por outro lado, vi conteúdos que não fizeram sentido nenhum e não é apenas porque as escolhas, por exemplo, de indicação de leituras não foram muito condizentes com a personagem ou a aura da série e da Família Addams.

falo de perfis (não apenas de criadores, mas também de empresas), que utilizaram a Wandinha, mas que sua figura, aura, estética, estilo, preceitos e imagem não condizem em absolutamente nada com a imagem, estilo e nicho do perfil.

esses posts engrossaram o caldo da hype? sim.

foram relevantes dentro da criação de conteúdo daquele perfil? dificilmente.

na verdade, é mais provável que esses posts “desajustados” funcionem mais como um tiro no pé. porque apesar de o objetivo ser atrair o público que se identifica com a série, não necessariamente será um público que se identifica com aquele perfil.

exatamente porque aquela postagem foi um ponto totalmente fora da curva.

o que é preciso ter em mente na hora de criar conteúdo que tenha uma temática ou hype envolvida, é preciso que ele também tenha conexão com a sua identidade enquanto criadora.

pode até ser algo que você nem é fã, mas que, dentro do seu conteúdo, tenha sentido e que você tenha entendimento sobre o tema.

como, por exemplo, se o Grinch criasse conteúdo sobre o Natal. ou melhor, para quem também detesta o Natal, e bem na época do Natal.

assim, é preciso ter o mínimo de coesão e coerência para que você não afete sua autenticidade e imagem com seus seguidores e comunidade.

isso vai valer para datas comemorativas, séries, filmes, eventos, programas de tv, estações do ano e tudo o mais.

um exemplo clássico que logo logo começa a surgir em vários feeds no início do ano é o BBB.

observe como surgirão muitos posts com o tema e que vários serão inusitados, divertidos, relevantes, acertados e coerentes com o perfil.

por outro lado, também será perceptível como alguns vão parecer só mais um remando na maré da hype do BBB.

dificilmente eu comento ou crio algum conteúdo que se relacione ao BBB, porque é um programa que, atualmente, eu não assisto ou acompanho. o que não me impede, necessariamente de consumir esse tipo de conteúdo.

mas, ao mesmo tempo, não tenho propriedade ou interesse para falar sobre o tema e o fato de estar em alta não deve ser meu único motivador.

assim, se em algum momento eu acompanhar, entender os debates que surgem a partir dali, pode ser que eu faça? sim, nada está escrito em pedra, nem para mim, nem para você. o é importante que eu (e você) façamos isso dentro da coerência da identidade do nosso perfil.

para fechar, todo esse texto é exatamente sobre o conselho universal de todas as mães: não é porque todo mundo faz que você precisa fazer. afinal, você não é todo mundo.

entrelinha

falar sobre esse rolê de coesão e coerência do conteúdo que criamos me fez pensar um tópico que anda bem alta nos perfis de marketing digital chamado:

linha editorial

outro termo que surge nesse rolê é o tal do calendário editorial (inclusive, o Insta adora me sugerir perfis que vendem modelos de calendário editorial, ele deve estar me achando bem desorganizada). mas, vamos por partes.

linha editorial é um termo do jornalismo que se relaciona à identidade da marca (do jornal) e a forma com que ela enxerga o mundo e o sustenta em seu conteúdo para os leitores.

o marketing digital se apropriou do termo e o relacionou ao planejamento de conteúdo para mídias digitais.

por isso, podemos entender que a linha editorial no marketing digital relaciona-se aos temas e abordagens que compõem o conteúdo de um perfil ou marca.

assim, existem algumas etapas para a criação da linha editorial, que podem ser compostas, resumidamente, por:

público-alvo: é preciso saber para quem você fala e entender suas características e preferências. isso inclui quem você quer alcançar e a comunidade que já possui.

objetivos e metas: definir seus objetivos e as metas que serão utilizadas para alcançá-los (que é um pouco do que falamos no capítulo XIV).

temas: aqui são os temas, tópicos e as formas de abordagem que seu conteúdo vai incluir e seguir. lembrando que esses editoriais precisam levar em conta seus objetivos e metas.

calendário editorial: olha ele aqui! nessa parte entra o planejamento de postagens e produção ao longo do tempo, seja semanal, quinzenal, mensal, bimestral, etc., etc. ele alinha tópicos relevantes do calendário, como datas comemorativas, metas, temas, frequência, lançamentos, novidades ou ocasiões especiais:

acompanhamento de resultados: de nada adianta produzir e não saber se os conteúdos estão alcançando as metas e caminhando para os objetivos desejados. avaliar as métricas e demais dados conforme as mídias que você cria é essencial para avaliar o que precisa ser ajustado ao longo do caminho.

outro ponto importante é entender que linhas editoriais abraçam desde os temas macro até os mais específicos. além disso, para facilitar o trabalho, no geral são criadas duas ou três linhas editoriais, em consonância com os objetivos e metas que foram traçados.

um exemplo prático:

Wednesday é escritora de suspense e terror e, no perfil dela, os objetivos que darão base para suas linhas editoriais são:

promover seu romance da detetive Víbora de La Muerte que será lançado em menos de 2 anos e 364 dias para superar sua heroína literária e nêmesis Mary Shelley;
falar sobre literatura clássica de suspense e terror, seus estilos favoritos.

logo, cada uma das linhas editoriais deverá seguir um desses objetivos macro na hora de criar os temas das postagens.

em se tratando de Wandinha, é bom lembrar que:

“acho as mídias sociais uma forma de se afirmar vazia e insignificante.”

ainda assim, apoiando-me na suposição de que ela veja a relevância da presença digital para sua carreira como escritora, teríamos algumas possibilidades de conteúdo dentro de cada uma das linhas editoriais:

1ª linha editorial: fortalecer sua imagem como escritora, incluindo a ambientação e estilo das postagens, iria apresentar o universo da sua protagonista, a Víbora de La Muerte, com:

rotina de escrita: organização e disciplina;
mistérios que a detetive vai investigar;
informações relevantes e curiosidades sobre a personagem e a história;
histórias clássicas que inspiram sua escrita;
sua relação com Mary Shelley na escrita, etc.

2ª linha editorial: falar de literatura clássica voltada para o suspense e o terror, mantendo a ambientação e seu estilo, padronagem de cores p&b, reforçando sua presença digital e demonstrando conhecimento e referência no tema:

debates filosóficos e relacionados aos seus escritores favoritos;
muitos conteúdos sobre Frankstein, Mary Shelley e monstros da literatura;
insights de escritores clássicos;
clássicos favoritos e recomendados por ela;
análises únicas sobre suas leituras;
curiosidades sobre a época dos livros, com dados históricos e desmistificando crenças equivocadas, como as que reforçam o embranquecimento da história da América; etc.

o brainstorm para eu pensar essas pautas foi maravilhoso, sugiro você tentar fazer para algum personagem que gostar 🙃

em todos os casos podem ser conteúdos educativos, divertidos (à maneira Addams, é claro), informativos, envolventes e em vários formatos. o importante é que tenham consonância com o estilo da Wandinha.

dentro disso, ela se organizará e planejará considerando que, na sua rotina de estudos, investigação e escrita, precisará de tempo para a criação de conteúdo.

por isso, Wandinha segue a regra de que é importante limitar seu número de linhas editoriais ou distribuí-las para diferentes redes e mídias em que se está presente.

além disso, Wandinha sabe que uma linha editorial não é imutável. ela pode ser flexibilizada conforme a necessidade, com pautas que surgirem no momento. como, por exemplo, quando ela escrever uma história com um novo universo ou quiser falar de datas relevantes:

da mesma forma, uma linha editorial pode ter uma duração mais curta, para atender à um projeto em específico, por exemplo.

e que fique claro que isso aqui é uma pincelada no tema, tem muita exploração possível dentro dele e que transformaria essa newsletter num e-book.

mas acho importante ter ciência de que esses pontos significam etapas que você pode aplicar na sua estratégia de organização e planejamento de conteúdo.

sempre de um modo que facilite a sua vida e não o contrário.

rodapé

ao fim do capítulo que foi apenas mais um conteúdo sobre a Wandinha, desejo fortemente que ele possa ter agregado, um cadinho que seja, para você.

obrigada por ler até o fim e, se ainda não assistiu à Wandinha, fica a recomendação.

a gente se lê na próxima quarta, GLitter 📖💡✨

Gentileza Literária

Capítulo XVII: só mais um conteúdo sobre a…