antes de qualquer coisa, feliz ano novo, GLitter!
miolo
meus erros na criação de conteúdo e o que você - e as tendências de 2023 - têm a ver com esse rolê
esse ano completei meu 34º aniversário e sempre fico (mais) reflexiva nessa época. desses tantos anos, os últimos quase 7 passei criando conteúdo.
entre erros e acertos, teve bastante aprendizado e, cada vez mais minha única certeza é que não temos certeza de nada nessa vida.
mas não de um jeito desesperador, do tipo, então para quê tentar fazer e aprender?
é uma falta de certeza que remete à necessidade de aprendizado constante e entendimento de que nada é perpétuo ou erga omnes (para todos), porque sempre há espaço para a nossa individualidade:
de modo geral, são questões que talvez você já conheça bem, que não pensou muito a respeito, que pratica ou que não curte. mas que, de todo jeito, valem a reflexão.
exatamente por isso, associei minha coleção de erros como criadora às tendências do marketing digital para 2023 como forma de relacionar os conceitos genéricos para a nossa a realidade de criadoras literárias.
sem mais delongas, vamos à minha coleção e às tendências:
não conheço, logo, não existe
uma das coisas que costumo muito comentar é que, há alguns anos, não se falava tanto em marketing digital, marketing de conteúdo e criação de conteúdo como hoje.
claro, são questões relativamente recentes, que tiveram um aceleramento evolutivo por causa da pandemia gerou.
e, por muito tempo, esse foi o motivo pelo qual eu não procurava saber nada sobre marketing. log, precisava aprender absolutamente tudo sobre criação de conteúdo na marra do teste-acerto-ou-erro.
porém, a verdade é que, o que mais me faltava nos primeiros anos de criação de conteúdo era buscar por formas de entender e aprender que ultrapasse o aprendizado em comunidade.
você deve ter alguém próxima com quem reclama do alcance do Instagram, dos números do YT e tudo o mais, certo?
esse tipo de troca entre comunidade é super importante no nosso desenvolvimento e aprendizado sobre a criação de conteúdo, mas não é suficiente.
quando colocamos uma lupa no crescimento exponencial do mercado de influência, é possível perceber que os criadores estão se profissionalizando cada vez mais.
isso acontece porque conhecimento gera maior capacidade de entendimento das necessidades do mercado e do público, assim como permite a entrega de melhores conteúdos e de forma mais autêntica, atual e direcionada aos seus objetivos.
por isso é importante buscar conhecimento na área do marketing digital e de criação, seja ele hobby ou trabalho para você.
afinal, conhecimento do marketing, do mercado, das plataformas e suas particularidades ajuda a evitar frustrações e a crença de que aquele espaço não é nosso.
mas que fique claro: não espere fazer um milhão de cursos, capacitações, ler trezentos livros, cinquenta newsletters e aprender todos os macetes de marketing de um perfil do Insta para começar (ou continuar e mudar).
comece com o que você sabe hoje, de onde você está e como você pode. sempre é possível ajustar as velas e direcionar-se para o destino que você deseja pelo caminho. mas você precisa estar em movimento para que isso aconteça:
se as curtidas estão lá em cima, está tudo bem
quem nunca avaliou o desempenho de um conteúdo pelo seu número de curtidas que atire a primeira pedra.
pelo fato das curtidas serem um dos pontos mais visíveis do Insta (lembrando que antes não tinha como a gente escondê-la do público), era muito fácil avaliar se um perfil era bom ou se tinha alcance com base apenas nesses dados.
a validação irreal de números de seguidores sempre subindo e o desejo interminável de mais e mais curtidas nos leva facilmente a ter uma visão deturpada e distorcida da realidade.
no começo da criação esses eram os meus dois principais aspectos de validação e, por essa razão, eu passei a fazer algumas coisas que não foram muito saudáveis para a minha conta, como os tão debatidos sorteios.
por isso, a tendência mostra a necessidade de acompanhamento e compreensão dos dados que você dispõe sobre seu público e conteúdo.
isso entra na questão do aprendizado, mas também na prática constante de não se validar por um ou outro número e acompanhar o desempenho geral e pormenorizado do seu trabalho.
olhar apenas parte do todo não vai te dar uma visão real do que você produz e pode gerar insatisfações desnecessárias e evitáveis. nesse quesito, preze por sua sua saúde mental.
vamos nos preocupar com os números, não com as pessoas
se alguém me perguntasse há alguns anos o que era comunidade no meio digital eu certamente diria que só conhecia as desse tipo aqui:
não é que eu não quisesse ou não buscasse estabelecer laços com as pessoas. muito pelo contrário, eu tenho amizades de longa data graças ao Retipatia e existiram inúmeras pessoas que estiveram comigo ao longo dos anos que também são responsáveis pelo que sou hoje e por tudo que aprendi no caminho.
porém, o conceito de comunidade não era algo que existia para mim. público, talvez, pensando na ideia de criar, fazer, escrever para alguém, mas não para uma comunidade.
e esse é um aspecto que vem ganhando mais força, porque sua comunidade é feita não apenas por pessoas que são seu público, mas que são suas fãs, que acompanham toda sua jornada e que dão falta se você para de aparecer no feed delas.
mais do que isso, a comunidade é sobre as pessoas que conhecem seu estilo de vida, que se identificam em algum nível com você, compartilham interesses e passam pelos mesmos perrengues (porque vida real sem filtros também é tendência):
especialmente, sua comunidade é formada por pessoas que confiam em você e no que você compartilha.
existe um termo conhecido como UX, que significa user experience (experiência do usuário), que fala exatamente sobre a experiência que as pessoas tem com um serviço ou produto (desde antes da etapa da compra até o após).
deixando de lado os termos e aplicações técnicas do design, marketing e outras áreas que envolvem a UX, estamos falando sobre como melhorar a forma na qual as pessoas consomem.
as demandas de hoje do mercado de qualquer setor não buscam apenas bons produtos ou serviços, mas aqueles que possuem significado, valor agregado e que consigam transmitir isso para seus clientes.
eu sei que nós não consideramos seguidores = cliente, e talvez você não venda um produto ou serviço. mas você “vende” seu conteúdo e precisa ganhar a atenção e o tempo das pessoas.
assim, a experiência do seu público, da sua comunidade, também deve ser considerada na hora que você cria e produz.
porque isso também significa saber articular diferentes interesses e trabalhar a empatia para ver também a visão e necessidade do outro.
do mesmo jeito, é importante lembrar que aspectos relevantes como sua responsabilidade ambiental/social/cultural, sua atenção à temas e debates relevantes como diversidade e inclusão, também refletem na identificação das pessoas e de como sua comunidade será formada.
por fim, tudo se conecta à experiência que você proporciona, o conteúdo que você cria e como você alimenta e fortalece sua comunidade.
eu gosto do meu jeito e apenas ele é bom
uma das coisas mais importantes que aprendi ao longo dos anos é sobre a importância de se adaptar. com frequência. sempre. o todo tempo. toda hora. continuamente.
a onda dos vídeos veio para ficar e, por mais que eu amasse o formato antigo do Instagram voltado para a fotografia, não é algo que depende do meu gosto pessoal.
quando as mudanças não são muito o nosso forte ou colocam em cheque o que nós prezamos ou gostamos, é preciso encontrar nosso ponto de equilíbrio.
ainda mais quando consideramos a tendência que não para de se reafirmar: os vídeos curtos vieram para ficar.
O TikTok, também.
não é à toa que as principais plataformas têm dado seu jeitinho para incluir formatos de vídeos curtos, como o YouTube Shorts e o Reels do Instagram e do Facebook (sim, são Reels independentes).
por isso, adaptar-se aqui, não é dizer que você precisa transformar todo seu conteúdo em vídeo e deixar de lado outros formatos que funcionam no seu perfil ou que você gosta.
o ponto é permitir-se ver as possibilidades que novos formatos abrem e utilizar aquilo que faz sentido para você, seu conteúdo, nicho, público e comunidade.
rodapé
obrigada por ler até o fim o primeiro capítulo de 2023 da GLit.
que seja um ano com leituras incríveis e inspiradoras. que seja repleto de criações incríveis, sonhos alcançados e novos traçados.
que seja um ano repleto de leveza, criatividade e magia para você, Glitter.
e, acima de tudo, que seja um ano sobre a nossa permanência, do jeito que a sentimos e acreditamos.
a gente se lê no próximo capítulo, sinta-se livre para comentar, curtir, responder, compartilhar e fazer o que seu coração mandar.
Adorei, vou adotar "Não conheço, logo, não existe" para quando me chegam pedindo livros religiosos que eu já avisei que não trabalho com o gênero kkkkkk
Confesso que depois que criação se tornou o trabalho de muita gente e deixou de ser blogs/diários eu simplesmente não tenho conseguido me manter criando conteúdo, tenho tanta coisa guardada dos ultimos 3 anos que nunca postei, resenhas e fotos que eu nunca acho que vão ser boas o suficiente para o que as pessoas querem "consumir" na internet. Porque a real é que eu como pessoa que hoje tem outros trabalhos e gostava disso como hobbie não quer consumidores, quero empatia e comunidade no sentido de pessoas legais que gostam de coisas parecidas. E alinhar isso com métricas, metas, estética, etc é bem dificil. Além de que E se, minhas coisas forem melhores do que eu julgo e eu passar a imagem de que é brincadeira, hobbie, facil enquanto outras pessoas se matam trabalhando com isso e expondo toda suas vidas enquanto outros fazem pré-julgamentos? sei lá, muito complicado.